Portugal não considera os marítimos como trabalhadores essenciais
/Cinquenta e seis Estados-membros da Organização Marítima Internacional (IMO) já designaram os marítimos como trabalhadores essenciais. Portugal não faz parte da lista de países que reconhecem a importância dos marítimos.
Portugal não considera os marítimos como trabalhadores essenciais
Cinquenta e seis Estados-membros da Organização Marítima Internacional (IMO) já designaram os marítimos como trabalhadores essenciais. Portugal não faz parte da lista de países que reconhecem a importância dos marítimos.
Até à data de 7 de abril de 2021, um total de 56 Estados-Membros da IMO e dois Membros Associados assumiram posições de liderança marítima e designaram os marítimos como trabalhadores essenciais. Esta iniciativa é essencial para isentar os marítimos de restrições de viagens relacionadas com a COVID-19, permitindo que viajem entre o país de residência e os navios, e que sejam repatriados no final dos seus contratos. Os marítimos a bordo podem assim regressar a casa, sendo substituídos por outros marítimos que precisam trabalhar e obter rendimentos. Adicionalmente, potencia o estabelecimento de prioridade de vacinação para este grupo de profissionais essenciais.
Um futuro justo para os marítimos
Entretanto, a Organização Marítima Internacional (IMO) definiu já o tema de foco para o Dia Internacional do Marítimo em 2021, que se celebra, como sempre, no dia 25 de junho. Mais que justo e devido, o tema é: Um futuro justo para os marítimos (Fair Future for Seafarers).
A pandemia que transformou o mundo em que vivemos, mostrou também o desprezo, a hipocrisia e a injustiça com que a sociedade tratou e continua a tratar, mais de dois milhões de marítimos em todo o mundo. Como bem afirmou Dale Carnegie, num livro escrito em 1936, "As pessoas não estão interessadas em si. Estão interessadas nelas próprias – de manhã, à tarde e depois do jantar.”
Parece que pouco mudou. E talvez pouco venha a mudar, se continuarmos a fazer de conta que não temos nada a ver com os marítimos; se continuarmos a ignorar as mulheres e homens que transportam pelo mar os nossos consumismos, mas também os equipamentos e produtos essenciais, incluindo alimentos, energia e medicamentos.